Archive for ‘Autores da casa’

27 de Janeiro de 2015

PEÇA ROMÂNTICA PARA UM TEATRO FECHADO, de Tiago Rodrigues, no Teatro do Bairro (Lx)

PEÇA ROMÂNTICA PARA UM TEATRO FECHADO

de Tiago Rodrigues

Dias 31 Janeiro, 1 e 2 Fevereiro no Teatro do Bairro

 peca romantica espectaculo teatro do bairro

«Escrevi esta peça para oito loucos brasileiros durante quinze dias de ensaios, num projecto efémero e lindo chamado Companhia Provisória, que o No Lugar_ Teatro Ipanema organizou no Rio de Janeiro em 2013. Agora, são uns jovens loucos portugueses que decidiram, com quase nenhuns meios, dar vida a este textinho no palco do Teatro do Bairro, entre 31 de Janeiro e 2 de Fevereiro. Decididamente, esta “Peça Romântica para um Teatro Fechado” é um texto que atrai os seres mais desvairados. Deveria ser usado por psiquiatras de todo o mundo para diagnosticar loucos com talento.»

Tiago Rodrigues

Capa Tiago-Rodrigues-Peça-Rev1

«Num teatro fechado – fechado tanto literal como metaforicamente – um ex-casal (Clara e Fernando) tentam “fechar” a sua relação e remeter os restos da sua relação há muito terminada para o Museu Universal do Esquecimento. Mas nisto, as personagens como que se fragmentam e criam ecos falantes de si próprios.

Apercebemo-nos que estamos mais uma vez a discutir a natureza do acto de criar; e quando pensávamos que falávamos de relações, falávamos também de teatro – essa coisa também ela permanentemente encaminhada para as galerias do Museu Universal do Esquecimento.

É poder pensar que este texto pode voltar a abrir teatros.»

Rui Pina Coelho

 Texto editado pela Companhia das Ilhas.

Disponível em Lisboa nas Livrarias do Teatro Nacional D. Maria II, Letra Livre, Barata, Lx Factory e Pó dos Livros, na Galeria abysmo e nas Lojas FNAC.

30 de Dezembro de 2014

MELHORES DE 2014: Manuel de Freitas escolhe LAVA DE ESPERA, de FÁTIMA MALDONADO

Manuel de Freitas escolheu LAVA DE ESPERA, de FÁTIMA MALDONADO (Companhia das Ilhas, 2014) como um dos 10 melhores livros de 2014 (Expresso/Atual, 27-12-2014)

Freitas_melhores 2014 - Maldonado

7 de Dezembro de 2014

José Mário Silva sobre A MORTE DO OUTROS

A MORTE DOS OUTROS- jm silva exp-2014-12-06Recensão de José Mário Silva sobre o livro A MORTE DO OUTROS, de Paulo da Costa Domingos (Companhia das Ilhas, 2104) – Expresso/Atual de 6 de Dezembro de 2014.

6 de Dezembro de 2014

Fernando Guimarães sobre Boca Aberta

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Fernando Guimarães, sobre o livro de poemas BOCA ABERTA, de Paulo Ramalho (Companhia das Ilhas, Julho de 2014), in JL, 12 de Novembro de 2014

1 de Dezembro de 2014

ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA REGRESSA COM MINIMA AZORICA

O novo livro de Onésimo Teotónio Almeida, “Minima Azorica. O meu mundo é deste reino”, traz o escritor, ensaísta e académico de Brown, Providence, EUA, à sua terra natal, os Açores, a convite da Companhia das Ilhas, que edita o livro. Entre 8 e 11 de Dezembro, estará, pois, nas ilhas do Fail, Pico, Terceira e S. Miguel para a apresentação da sua obra.

Capa_Onesimo_REV5“Minima Azorica” é uma recolha de textos dos últimos vinte e cinco anos do autor, na sequência de “Açores, Açorianos, Açorianidade”, prolongando reflexões e abrindo espaço para outras. Os Açores estão sempre presentes na escrita ensaística de Onésimo Teotónio Almeida, emergindo de modo constante e teimoso como a vegetação que brota dos interstícios de tudo na ilha.

ONESIMO-FOTO-CONTRACAPANatural do Pico da Pedra (n. 18.12.1946), Onésimo Teotónio Almeida estudou no Seminário de Angra do Heroísmo, bacharelou-se na Universidade Católica de Lisboa. Desde 1972 nos Estados Unidos, fez mestrado e doutoramento em Filosofia na Brown University, onde é catedrático no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros (foi seu director durante doze anos), no Wayland Collegium for Liberal Learning Renaissance and Early Modern Studies da mesma universidade, leccionando cursos interdisciplinares sobre valores e história cultural e das ideias.

Além de vários livros de ensaios, tem centenas de artigos dispersos que ultimamente tem reunido em volumes temáticos: “De Marx a Darwin – a desconfiança das ideologias” (2009, Prémio Seeds of Science 2010 para Ciências Sociais e Humanidades), “O Peso do Hífen. Ensaios sobre a experiência luso-americana” (2010) e “Pessoa, Portugal e o Futuro” (2014). Publicou ainda “Utopias em Dói Menor – Conversas transatlânticas com Onésimo”, conduzidas por João Maurício Brás (Gradiva, 2012).

No género de crónica e conto, as suas mais recentes colectâneas são “Quando os Bobos Uivam” (Clube do Autor, 2013), “Aventuras de um Nabogador – Estórias em Sanduíche” (Bertrand, 2007) e “Livro-me do Desassossego” (Temas e Debates, 2006). “Onésimo. Português Sem Filtro” (Clube do Autor, 2011) é uma antologia de cinco livros esgotados.

Colaborador permanente do Jornal de Letras, é membro da Academia Internacional de Cultura Portuguesa e da Academia da Marinha e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.

 APRESENTAÇÕES EM DEZEMBRO, COM A PRESENÇA DO AUTOR:

# Seg. 8, 21 horas, HORTA, Auditório da Biblioteca Pública, apresentação de Vitor Rui Dores.

# Ter. 9, 20.30 horas, MADALENA DO PICO, Escola Cardeal Costa Nunes, apresentação de Manuel Tomás.

# Qua. 10, 18 horas, ANGRA DO HEROÍSMO, Auditório do Museu de Angra, apresentação de Álamo Oliveira.

# Qui. 11, 18.30 horas, PONTA DELGADA, Livraria Solmar, apresentação de Vamberto Freitas.

 MINIMA AZORICA. O meu mundo é deste reino, de Onésimo Teotónio Almeida, é a 45ª edição da Companhia das Ilhas, colecção transeatlântico # 10, série especial # 001, com 232 páginas, formato 14×22 cm, 1ª edição de Novembro de 2014, com PVP de 15 euros.

26 de Novembro de 2014

Domingo brasileiro no Paralelo W

Capa_Maffei_REV2O poeta e ensaísta Gastão Cruz apresentou o livro de poemas “Signos de Camões”, do poeta brasileiro Luis Maffei (ed. Companhia das Ilhas, 2013).

CarlosA_Machado__CAPA2.inddO ensaísta brasileiro Maurício Sales Vasconcelos (Universidade de São Paulo), apresentou a antologia poética de Carlos Alberto Machado editada pela carioca Oficina Raquel, nº 7 da colecção Portugal 0 (zero), com selecção de Luis Maffei e prefácio de Maurício Sales Vasconcelos.

Aconteceu tudo no Domingo 23 de Novembro, no Paralelo W, em Lisboa.  Gastao apresenta signos de camoesMauricio apresenta antologia portugal zero

13 de Novembro de 2014

Teatro de Carlos Alberto Machado no Meridional

SESSÃO DE APRESENTAÇÃO DA OBRA TEATRO REUNIDO (2000-2010), de Carlos Alberto Machado

 2ª FEIRA 17/11 | 18H00 | LISBOA  |  Teatro Meridional. Apresentação de Eugénia Vasques. Participação do autor. Leituras por Natália Luiza e Miguel Seabra.

[ Rua do Açúcar, 64 – Beco da Mitra – Poço do Bispo- LISBOA – GPS: 38.737780,-9.103514 – TELS: 91 999 12 13 – 91 804 66 31 – 21 868 92 45 – Email: geral@teatromeridional.net ]

TEATRO REUNIDO (2000-2010)

Em TEATRO REUNIDO (2000-2010) de Carlos Alberto Machado estão reunidas 13 peças de teatro: “Os nomes que faltam”, “Ficava tão bem naquele canto da sala”, “A Felicidade Ideal”, “Transportes & Mudanças”, “Avesso”, “Restos. Interiores”, “Aquitanta”, “Hamlet & Ofelia”, “Ponho palavras na minha cabeça”, “5 cervejas para o Virgílio”, “Os Bravos do Kosovo”, “Hoje não há música” e “O sentido da vida”. Destes, 8 foram encenados.

«São dez anos de teatro – os primeiros dez anos do novo milénio – que surgem pela pena de um autor que cresceu na segunda metade do século XX e que chega a este novo milénio carregando o peso de um século aparentemente extinto (a guerra no Kosovo, a sida, as drogas, a solidão urbana – parecem coisas extintas – mas surgem aqui com inusitado fulgor).»

Rui Pina Coelho, do “Prefácio”.

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CARLOS ALBERTO MACHADO

«Carlos Alberto Machado (n. 18-11-1954), licenciado em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa e Mestre em Sociologia da Comunicação e Cultura pelo ISCTE, em Lisboa, é uma das vozes mais singulares da actual literatura dramática portuguesa. Autor de um relevante corpus, tem vindo a compor uma obra de uma extraordinária variedade. Professor, dinamizador cultural, editor, ensaísta, poeta, dramaturgo e encenador, tem tratado a matéria teatral de uma forma extraordinariamente plural. Foi professor de teoria e investigação nas Licenciaturas em Teatro da Universidade de Évora e da Escola Superior de Teatro e Cinema e tem promovido diversas oficinas de escrita, em diferentes contextos. Como autor e editor, colaborou com várias revistas, entre as quais a Sete Palcos, Adágio, Belém, Periférica, Boca de Incêndio e Telhados de Vidro, sendo também co-director da revista Magma. É autor de importantes ensaios de crítica e história do teatro – tais como “Teatro da Cornucópia: As Regras do Jogo” (Frenesi, 1999), “Centro Dramático de Évora: 25 Anos em Cena – CCE/CENDREV 1975-2000” (Cendrev, 2000); e, ainda no domínio do ensaio sobre a história do teatro em Portugal, participou também em importantes obras de referência: “Fragmentos da Memória. Teatro Independente em Portugal – 1974-1994” (Acarte, 1994), “José Manuel Castanheira. Scénographies 1973-1993” (Centre Georges Pompidou/Nobilis, 1993) e “José Manuel Castanheira. Une Ruine en Construction” (Centre Georges Pompidou/Nobilis, 1993). Como poeta tem sido integrado em várias antologias ou publicado autonomamente, por importantes editoras tais como a Assírio & Alvim, Averno, & etc e abysmo, ou, claro, a sua Companhia das Ilhas (que fundou, na ilha do Pico, com Sara Santos, em 2012).»

Rui Pina Coelho, do “Prefácio”. 

TEATRO REUNIDO (2000-2010)

Carlos Alberto Machado

Prefácio de Rui Pina Coelho

Edição: Companhia das Ilhas

Colecção azulcobalto | teatro 009

1ª edição: Novembro de 2014

ISBN: 978-989-8592-54-5

14×22 cm

384 Páginas

PVP: 17 euros

5 de Novembro de 2014

Paulo da Costa Domingos x 2

pcd a morte dos outros

29 de Outubro de 2014

Novo livro de Onésimo Teotónio Almeida em pré-lançamento na Solmar

Capa_Onesimo_REV5O novo livro de Onésimo Teotónio Almeida – MINIMA AZORICA. O MEU MUNDO É DESTE REINO – está a partir de hoje em pré-lançamento, em venda exclusiva na livraria Solmar, de Ponta Delgada.

O lançamento, com a presença do autor e contando com a apresentação de Vamberto Freitas, terá lugar no dia 11 de Dezembro, também na Solmar.

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A Companhia das Ilhas aceita desde já encomendas desta obra.

MINIMA AZORICA. O MEU MUNDO É DESTE REINO, Onésimo Teotónio Almeida

Edição 045 | colecção transeatlântico 012 | série especial 001

1ª edição (Novembro de 2014 – 500 exemplares)

ISBN: 978-989-8592-51-4

Formato: 14×22 cm

Páginas: 232

PVP: 15 euros.

 

20 de Outubro de 2014

OUTONO COMPANHIA DAS ILHAS

Em SETEMBRO, saímos com POESIA, UM DIA, livro que reúne poemas de Carlos Alberto Machado, Hélia Correia, Jaime Rocha, José Mário Silva, Margarida Vale de Gato e Miguel-Manso, criados durante as residências de escrita POESIA, UM DIA, da Biblioteca Municipal José Baptista Martins, de Vila Velha de Ródão.
Também neste mês oferecemos espaço à reflexão com CONJUNTO HOMEM, do jovem cientista (Instituto Albert Einstein, Suíça) e performer Jácome Armas: com recurso a ferramentas da ciência e da lógica formal, uma crítica às formas totalizantes de pensar o mundo.
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JACOME_Capa_REV1Já neste mês de OUTUBRO, demos corpo a um novo projecto literário açoriano: a revista TRANSEATLÂNTICO que, como diz o seu director, Nuno Costa Santos, «quer incentivar a escrever, de modo ficcional ou ensaístico, sobre o que são os Açores hoje – nas suas novas entranhas. Nas suas personagens, nas suas tensões biográficas, nos seus sonhos e ilusões, nos seus conflitos e acidentes. Mas também nos seus costumes, nos seus pequenos hábitos e nas suas expressões verbais.» Participam neste número zero: Alexandre Borges, Bianca M, João Pedro Porto, Joel Neto, Leonardo, Luís Rego, Maria das Mercês Vasconcelos Pacheco, Mariana Matos, Mário T Cabral, Paula de Sousa Lima, Renata Correia Botelho, Rogério Sousa e Rui Jorge Cabral. A Leonor Sampaio cabe a apresentação. Daniel de Sá (1944-2013) é entrevistado por Nuno Costa Santos. Duarte Belo colabora com um portfolio fotográfico. Miguel Real é o escritor convidado. Vasco Medeiros Rosa apresenta Dispersos, de Vitorino Nemésio. Próximas apresentações: LISBOA, dia 3 de Novembro, na livraria FERIN; HORTA, 10 de Novembro, ANGRA DO HEROÍSMO, 11 de Novembro.
TA0_Capa_FinalNo dia 25 de Outubro, no TEATRO MERIDIONAL, em LISBOA, será apresentado o número 8 da colecção AZULCOBALTO | TEATRO, com dois textos: PARKING, de Jorge Palinhos, e DESMATERIALIZAÇÃO, de Tiago Patrício. Estas duas peças foram elaboradas no âmbito do Laboratório de Dramaturgia do Meridional. É uma co-edição Companhia das Ilhas/Teatro Meridional/ Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
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Três obras marcam, de modos diferentes, o mês de NOVEMBRO. Em A MORTE DOS OUTROS reúnem-se finalmente em livro prosas dispersas que o poeta Paulo da Costa Domingos publicou nos anos 80-90 na imprensa periódica, sob a ideia estilística genérica de “apócrifos”, exercício literário em que, com a necessária humildade e sem ilusões, são imitados autores como Vincent Van Gogh, Andrei Tarkovskii, Arsenii Tarkovskii, Jorge Luis Borges, Mikahil Bakunine, Carlos de Oliveira e Vitorino Nemésio. Ou talvez não… Será apresentada em LISBOA, na 2ª quinzena de Novembro.

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Em TEATRO REUNIDO (2000-2010), de Carlos Alberto Machado, juntam-se 13 peças de diferentes matizes. Algumas delas foram encenadas, quer pelo próprio autor (AQUITANTA e RESTOS. INTERIORES), quer por companhias profissionais e agrupamentos de amadores: Teatro o bando, Companhia de Teatro de Almada, CITAC ou Passagem de Nível, entre outros. O volume será apresentado na segunda quinzena de Novembro, em LISBOA, ÉVORA, COIMBRA e PORTO, assinalando os 60 anos do dramaturgo.

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De Onésimo Teotónio Almeida, professor catedrático na Brown University (Providence, Rhode Island, EUA), autor de uma extensa obra ensaística e ficcional, publicamos MINIMA AZORICA. O MEU REINO É DESTE MUNDO: uma recolha de textos dos últimos vinte e cinco anos, na sequência de AÇORES, AÇORIANOS, AÇORIANIDADE (1989) prolongando reflexões e abrindo espaço para outras. A obra será apresentada pelo autor e convidados em 4 ilhas do arquipélago dos Açores, em DEZEMBRO – FAIAL (a 8), PICO (a 9), TERCEIRA (a 10) e S. MIGUEL (a 11) –, entre 8 e 11 de Dezembro próximo. Em LISBOA, no próximo ano (6 de FEVEREIRO).

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16 de Outubro de 2014

HG Cancela lê Conjunto Homem, de Jácome Armas

JACOME_Capa_REV1« Carta 1 Da Natureza para o Homem

Caro Homem, disse a Natureza, sabias que o teu maior erro foi teres inventado o espelho?

(E o Homem sentiu-se estúpido: não sabia.)

Mas não, disse a natureza.

(E o homem sentiu-se ainda mais estúpido: tinha sido enganado.)

Então a Natureza disse: O teu maior erro foi teres coberto o Mundo com espelhos. Agora, sem te aperceberes, sempre que olhas pela janela e tentas pintar o que vês, acabas por pintar-te a ti próprio. No fim, ainda levantas o quadro e dizes: O Mundo.

(O Homem ouviu, calou-se e saiu convencido de que ia provar à Natureza que era capaz de ver o mundo e todas as suas cores.)

(Até hoje o Homem falhou.)» 1

Olhar para o mundo nunca consiste numa relação neutra de apreensão. Para ver não basta abrir os olhos, para compreender não basta traduzir essa percepção para uma representação consciente. O ver está já condicionado pela representação e esta nunca é alheia à experiência do objecto. Os condicionamentos implicam-se e multiplicam-se, numa relação que não é estritamente cumulativa ou linear.

Pretender possível que a experiência humana tenha um acesso luminoso ao mundo na sua essência seria negar a própria ideia de cultura.Enquanto cultura, a experiência dá tanto a ver quanto deturpa para que o visível caiba dentro da percepção, das linguagens e das representações.

Esta relação entre a representação e o real surge como o problema central do livro Conjunto Homem de Jácome Armas (nascido em 1985, especializado em física teórica). É um livro híbrido e inquieto: nem ensaio nem poesia, mas um espaço problemático onde os temas são tratados com a liberdade de pensamento e de experimentação que ambos proporcionam.

No plano temático, a sua principal virtude é não reduzir o problema ao binómio representação/objecto, mas mostrar que ele implica um terceiro termo: o sujeito, o ser humano, entendido como sentimento e espaço de experiência representacional.

Neste sentido, perguntar pelo mundo é perguntar pelo homem e pelas suas linguagens, do mesmo modo que perguntar pelo homem significará inevitavelmente perguntar pelo mundo no qual se inscreve e com o qual interage. Interrogar a razão será desembocar no sentimento, interrogar o sentimento será desembocar nos limites da representação e da própria ideia de verdade. Perguntar pelo objecto é interrogar o sujeito, interrogar o sujeito é deparar-se com o objecto:

«Proposição 15 As janelas da tua casa são transparentes.

(De fora, o Mundo pode olhar para dentro e ver o estado da tua casa. Não tão bem quanto tu: a casa é grande e o alcnce do Mundo também tem limites. Àquilo que tu chamarias Sentimento o Mundo chamaria humor.)

Þ As entradas dos sentidos são duplas: se vês o Mundo o Mundo também te vê a ti e, claro, vês-te a ti próprio.» 2

O livro, de tom aforístico, é um trabalho de interrogação sobre a própria linguagem. Embora se estruture segundo o esquema aparentemente lógico de um encadeamento argumentativo (Definição, Proposição, Conjectura, Exemplo, etc.), ele subverte de facto a linearidade do discurso dedutivo, afirmando uma arbitrariedade lógica só acessível ao discurso da poesia:

«Lema 14 O humor nunca desaparece.

(Mesmo que feches todas as janelas o mundo vê sempre uma paisagem: as janelas fechadas.)» 3

Dedicado, entre outros, a Gonçalo M. Tavares e Wittgenstein (e assumindo com isso as dívidas e as influências), o livro adopta a dimensão de uma pesquisa que a si mesmo recusa as condições de verificabilidade. Tratar-se-á mais de construir os problemas do que de enunciar respostas, ou de não enunciar outras respostas que não aquelas que possam elas mesmas ser sujeitas à dúvida e à revogação.

Diferente será a questão de saber qual o critério de verdade (ou de qualidade, assumindo a preponderância do discurso literário no livro) a partir do qual a validade da teses é susceptível de ser avaliada. O género ensaio tem sempre como critério implícito de verdade a argumentabilidade das teses, a garantia de que elas sejam contra-argumentáveis. A literatura pode prescindir da argumentabilidade, acolhendo a possibilidade da aporia ou da contradição interna. Talvez resida aqui um dos principais méritos deste livro de Jácome Armas: ele escapa-se e questiona os critérios e a autoridade de ambos os registos.

  1. Jácome Armas, Conjunto Homem, (ilustrações de Pedro Solá), Companhia das Ilhas, (56 p.), p. 11.
  1. p. 42.
  2. p. 42.

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16 de Outubro de 2014

Plano Regional de Leitura dos Açores com 7 obras da Companhia das Ilhas

O Plano Regional de Leitura da Região Autónoma dos Açores actualizou a sua lista de Livros Recomendados (2014-2015), onde se incluem 7 obras da Companhia das Ilhas:

 Alexandre Borges, O Boato. Introdução ao pessimismo

Secundário – Sugestão de leitura

O BOATO. INTRODUÇÃO AO PESSIMISMO, Alexandre Borges colecção transeatlântico 009 | aforismos 64páginas | ISBN 978-989-8592-30-9 | 1ª edição – Setembro de 2013 | PVP: 6,95 euros

Carlos Alberto Machado, Estórias Açorianas

3º Ciclo – Leitura autónoma

Capa_Carlos-Alberto-Machado_Estorias_bxFátima Maldonado, Lava de espera

Secundário – Sugestão de leitura

FM_Lava_Espera_Capa_REV2Gez Walsh, A Borbulha no Rabo – Poemas terríveis para meninos terríveis, versão portuguesa de Helder Moura Pereira

1º e 2º Ciclos – Leitura orientada

Gez-Walsh-BorbulhaManuel Tomás (dir.), Nunes da Rosa. Estudo e Antologia

3º Ciclo – Leitura autónoma / Leitura orientada

Manuel-Tomas-Nunes da Rosa-978-989-8592-27-9Nuno Dempster, Na luz inclinada

Secundário – Sugestão de leitura

Capa_Dempster_Luz_inclinadaUrbano Bettencourt, Outros nomes, outras guerras

Secundário – Sugestão de leitura

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16 de Outubro de 2014

Colombo e a viagem seguinte

A Companhia das Ilhas apresenta o livro A Viagem Seguinte, de Cristina Brito, na FNAC-Colombo, Lisboa, dia 24 de Outubro, pelas 18H30.

Apresentação de Inês Carvalho.
Presença da autora e dos editores.

Cristina Brito

Cristina Brito

CRISTINA BRITO
Lisboa, 1975. É investigadora, Doutorada em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa pela Universidade Nova de
Lisboa, Mestre em Etologia e Licenciada em Biologia. Além da escrita de livros e de inúmeros artigos científicos, publicou em 2011 a colectânea de
contos Vultos de Pedra (Escola de Mar). «A Viagem Seguinte» é o seu primeiro título na Companhia das Ilhas (Maio de 2014).

A VIAGEM SEGUINTE
«Cristina Brito viaja por si própria e nos espaços por onde tem andado a desejar “A viagem seguinte”. Neste seu livro navega pelo mar “o princípio de tudo” com diversas escalas pela África insular de São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, em tempos e circunstâncias diversas, desenhando um gráfico descontínuo de emoções e pensamentos telúricos (por certo uma bióloga agarra-se à matéria que a envolve), frequentemente poéticos, pois que “a sua ligação visceral ao mundo verde, ao mar azul e ao soco insuportável de calor húmido e animal” proporciona-lhe o ambiente adequado à singular e original forma como se exprime. Enquanto a Cristina, entre Lisboa e São Tomé, sentada “numa esplanada a olhar o rio”, terminou este livro e se “prepara para a viagem seguinte”, também nós, nas margens do Tejo, ouvimos “as vozes familiares de todos os antepassados que já tivemos”.» [Armando Taborda]

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12 de Outubro de 2014

Teatro escrito no Meridional

No Sábado 25 deste mês de Outubro, pelas 18 horas, no Teatro Meridional, em Lisboa, apresentação do volume com as peças PARKING, Jorge Palinhos, e DESMATERIALIZAÇÃO, de Tiago Patrício (colecção azulcobalto | teatro 008).

O Teatro Meridional e o Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa organizaram em 2013 o 1º Laboratório de Dramaturgia. A partir de uma proposta de cenário de Fernando Ribeiro, um painel constituído por Maria Helena Serôdio, Maria João Brilhante, Rui Pina Coelho, Ricardo Neves Neves e Natália Luiza selecionou um conjunto de propostas de escrita teatral. Os textos de Jorge Palinhos e de Tiago Patrício resultam deste Laboratório.

Fernando Ribeiro

Fernando Ribeiro

FERNANDO RIBEIRO
Nasceu em Lisboa, em 1976. Concluiu o Bacharelato em Realização Plástica do Espectáculo (1998) e a Licenciatura em Design de Cena (2008) na E. S. Teatro e Cinema de Lisboa. Concluiu igualmente o curso de Pintura da Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa e o curso de Ilustração da Fundação Calouste Gulbenkian. Na área do teatro, concebeu espaços cénicos para espectáculos dirigidos por Alberto Villareal, Ana Luísa Guimarães, Andrzej Sadowski, António Durães, António Feio, António Fonseca, António Pires, Carla Maciel, Cláudia Gaiolas, Denis Bernard, Dinarte Branco, Fernando Moreira, Gonçalo Waddington, Joana Antunes, João Mota, Joaquim Horta, José Carretas, José Pedro Gomes, José Wallenstein, Luís Assis, Manuela Pedroso, Manuel Coelho, Marcos Barbosa, Marina Nabais, Natália Luiza, Nuno Cardoso, Nuno M Cardoso, Paula Diogo, Pedro Carraca, Pierre Woltz, Rogério Nuno Costa, Tiago Rodrigues, Tim Carroll, Tonan Quito e Victor Hugo Pontes.

Jorge Palinhos

Jorge Palinhos

JORGE PALINHOS
Nasceu em 1977, em Leiria. Colaborou com o Jornal Universitário do Porto, a revista 365, a revista aguasfurtadas e a revista Drama. Escreveu várias peças de teatro apresentadas em Portugal, Espanha e Brasil, pelas quais recebeu o prémio INATEL – Miguel Rovisco e o Prémio Manuel Deniz-Jacinto. Escreveu guiões de curtas-metragens de animação e imagem real e de duas séries para a internet. Participou ainda nas antologias More Tales of Terror, editada nos Estados Unidos por Pagan Publishing, Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas e Lisboa no Ano 2000 editados pela Saída de Emergência.

Tiago Patrício

Tiago Patrício

TIAGO PATRÍCIO
Nasceu no Funchal em 1979, mas passou toda a infância em Trás-os-Montes.
Frequentou a Escola Naval, foi Farmacêutico e estudou filosofia na Faculdade de Letras.
Venceu por quatro vezes o prémio Jovens Escritores e fez residências em Praga, Skopje, Aizpute, Tunes, Esmirna, Segóvia e Nova Iorque.
Escreveu as peças Checoslováquia, Paternidade, Estância, UtopiaTM e Eternidade. Venceu o Prémio Agustina Bessa-Luís com o romance Trás-os-Montes e o prémio Daniel Faria com O Livro das Aves.

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10 de Outubro de 2014

RTP-AÇORES e a transeatlântico

RTP-AÇORES e a transeatlântico

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