MÁTRIA 13
Fotões de cólera que a amorosa retina
transforma em pássaros dentro da cabeça
violenta cumplicidade dos amantes
que as asas faz bater do coração da deusa
mátria dos homens que levam no perfil
atravessada uma mulher de flores ao vento
como um olho dando para os intemporais
flancos que o amor vai iluminando
homens com quedas de água de mulheres por dentro
recrutas do amor matriotas celestes
únicos e radiosos de acordados
numa bela manhã de prata extraterrestre
O pártenon há muito constipado
espirrando por fim o pó dos imortais
Tufos de erva saindo dos ouvidos
surdos das catedrais. Alma do mármore
fugindo de ser publicamente generais
a paz ensaboando a pele do homem novo
a liberdade de ser todos Anaíta
à frente dos amantes o seu povo
Homens futuramente já o meu amado
e nisto o par escandaloso somos
eva e adão dos que vão estar sentados
nos joelhos da deusa fabulosos de tronos
Onde o dedo de florir a distância
de uma criança aponta coluna te proclamo
do matronal mistério que oficio
Mas se espalhares o unicaule ramo
de seres amante a dar sombra de filho
se lenha fores do incendiário cio
do bode teu pavor de deslembrado
trevo na relva do virginal arcano
pelo púbis da Santa te maldigo!
As maçãs de Orestes. Lisboa. Dom Quixote. 1970.
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