Archive for Outubro, 2012

31 de Outubro de 2012

Luiza Neto Jorge – poemas (001)

5 POEMAS PARA A NOITE INVARIÁVEL

I

Posso estar aqui

eu posso estar aqui perfeitamente pobre

um círio me acendi espora aguda

o vento ritmo negro assassinou-o

posso estar aqui

– o musgo é lento como a sombra –

e sei de cor a voz cega das canções

(viola de silêncio acorda-me)

que eu posso estar aqui perfeitamente pedra

insone

e um longo segredo impessoal

bordando a minha solidão

Poesia. Lisboa. Assírio & Alvim. 1993.

31 de Outubro de 2012

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30 de Outubro de 2012

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30 de Outubro de 2012

Picolândia em Novembro na Horta

O livro de crónicas de Manuel Tomás, Picolândia, vai ser lançado na Horta, na Horta, ilha do Faial, Quinta-Feira dia 8 de Novembro, pelas 21 horas, na Biblioteca Pública e Arquivo Municipal. Apresentação de Vítor Rui Dores e leitura de textos por Maria do Céu Brito.

(locais de vendas das edições da Companhia das Ilhas na cidade da Horta: Loja de Cultura da Biblioteca Pública, Museu da Horta, Peter Cafe Sport, Tabacaria da Sorte, Loja do Telégrapho, Lojas do Triângulo)

30 de Outubro de 2012

Fiama Hasse Pais Brandão – poemas (002)

MARÉ

Quando a maré baixa sob o céu róseo,

são a terra e a areia que absorvem

o infindo fumo e a neblina.

Além, um pescador; além, uma gaivota;

são os mesmos corpos movendo-se,

são a mesma inércia da morte.

O pescador revolve a areia

acocorado sobre algas douradas

em busca de mínimos seres vivos.

Um imenso bando de gaivotas intenta

separar de súbito o céu da terra

como se estas águas da ria,

tão lisas, fossem a antimatéria.

Obra Breve. Poesia reunida. Lisboa. Assírio & Alvim. 2006.

29 de Outubro de 2012

CONVITE

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29 de Outubro de 2012

Fiama Hasse Pais Brandão – poemas (001)

A MATÉRIA SIMPLES

Os brilhos que na noite vêm

são dos olhos dos que sonham,

viagens pelos mares de outras águas.

São os que não gostam de se elevarem

no ar sobre os antigos oceanos

e amam os pequenos riachos

e o fundo invisível dos poços.

Obra Breve. Poesia reunida. Lisboa. Assírio & Alvim. 2006.

29 de Outubro de 2012

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28 de Outubro de 2012

Luísa Freire – poemas (002)

2

Só vemos o ver distanciado

quando o fintar já fintou

(da água e do trigo cresce o pão)

 

os olhos com que vemos e a

visão.

O tempo de perfil. Obra poética 1980-2005. Lisboa. Assírio & Alvim. 2009.

27 de Outubro de 2012

Luísa Freire – poemas (001)

1

Antes de sempre até depois de nunca

a eterna idade nos sustenta e

nos mantém

em sua mão de mundos e de fundos

universos.

 

Muda é a voz além da voz ouvida,

mas permanente é a palavra em que se ordena

a ordem mesma.

O tempo de perfil. Obra poética 1980-2005. Lisboa. Assírio & Alvim. 2009.

27 de Outubro de 2012

Livros novos em Ponta Delgada

Em Ponta Delgada, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional, dia 3 de Novembro, pelas 18.30 horas, Urbano Bettencourt (Universidade dos Açores), apresenta dois novos livros editados pela Companhia das Ilhas: de João Paulo Cotrim  A MINHA GATA  e de Carlos Alberto Machado UMA VIAGEM ROMÂNTICA A MOSCOVO.

Maria Simões (Descalças Cooperativa Cultural), lerá trechos das duas obras.

A Livraria Gil colabora na venda dos livros.

No mesmo dia  3 de Novembro, à mesma hora, inaugura a exposição de desenhos de Alex Gozblau intitulada PONTAS SOLTAS, que pode ser vista até 30 de Novembro.

Alex Gozblau orienta, com João Paulo Cotrim, no mesmo local, entre 1 e 3 de Novembro, uma Oficina de BD, Ilustração e Argumento, com organização da Companhia das Ilhas.

26 de Outubro de 2012

Picolândia na Madalena do Pico

O novo livro da Companhia das Ilhas, Picolândia, colectânea de crónicas da autoria de Manuel Tomás, vai ter a sua primeira apresentação pública na Ilha do Pico integrada na iniciativa da adiáspora.com, subordinada ao tema O Verbo Viajeiro: A matriz açoriana na dispersão da língua portuguesa pelo Mundo.

A sessão vai ter lugar no sábado 27 de Outubro, pelas 20 horas, no Salão da Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense. A obra terá apresentação de José António Soares, na sua qualidade de presidente do Círculo de Amigos da Ilha do Pico, a que pertence o jornal Ilha Maior, semanário onde inicialmente foram publicadas as crónicas agora editadas em livro. Picolândia inaugura a nova colecção de livros da Companhia das Ilhas, Terra Açoriana, com direcção do escritor Carlos Alberto Machado.

O projecto adiáspora.com foi fundado em 2001, em Toronto. Tem como principal objectivo a «inclusão das comunidades açorianas e portuguesas dispersas pelo Mundo, assim como de outros povos e países de expressão portuguesa, nos seus conteúdos virtuais e nas acções de cariz sociocultural que tem vindo a realizar ao longo dos seus onze anos de existência.»

25 de Outubro de 2012

Granta portuguesa

«A editora Tinta-da-China vai lançar em 2013 uma edição portuguesa da revista literária britânica Granta, dirigida pelo jornalista Carlos Vaz Marques e com periodicidade semestral. O primeiro número, que deverá sair em Maio, já tem tema: Eu. “Esta é uma revista literária, e a literatura é o subjectivo, é um ponto a partir do qual se olha o mundo. O tema é uma forma de dizermos que há aqui uma subjectividade que valorizamos”, explica Carlos Vaz Marques ao PÚBLICO. “Queríamos que a revista explicitasse isso desde o primeiro número. É o nosso pequeno manifesto.”

Há muito tempo que a editora da Tinta-da-China, Bárbara Bulhosa, tinha vontade de fazer uma revista. E Carlos Vaz Marques, que era assinante e leitor fiel da Granta, viu um dia em São Paulo que a revista britânica tinha uma edição brasileira. “Foi há três ou quatro anos”, conta. “Trouxe a revista para Portugal e começámos a pensar que seria uma boa ideia”.

Neste momento, a Granta já tem, para além do Brasil, edições em Espanha, Itália e Bulgária. Uma das grandes vantagens que estas edições têm é o “acesso ao enorme baú da Granta, onde estão disponíveis para serem publicados textos de autores como Martin Amis, Saul Bellow ou Salman Rushdie”, explica o jornalista e editor. Metade da edição da Granta Portugal será composta por textos da edição inglesa ou de alguma das outras edições-irmãs. A outra metade da revista será composta por textos inéditos de autores portugueses, que serão convidados a escrever. As outras Grantas podem também publicar nas suas edições textos da edição portuguesa. Em maio do próximo ano, o director da Granta britânica, John Freeman, virá a Portugal para o lançamento, disse Bárbara Bulhosa à Lusa.

“Esta não é uma revista de actualidade, nem jornalística”, explica Carlos Vaz Marques. “Pode haver um conto, um ensaio ou uma reportagem, mas os textos têm valor por si, pelo lado literário. A importância dada à forma e à escrita é maior do que a que normalmente se dá num jornal.” Poderá também haver textos inéditos de autores já que morreram e trabalhos fotográficos, como acontece na Granta-mãe. E haverá espaço (mas “será a excepção e não a regra”) para, de vez em quando, se publicar “pessoas, com talento e que ainda não tenham sido publicadas”, diz o editor, lembrando que a Granta britânica também teve esse papel de ajudar a revelar novos autores.

Fundada em 1889 por estudantes da Universidade de Cambridge como The Granta, um periódico de política, humor e iniciativa literária estudantil, baptizado com o nome do rio que banha a cidade, a revista, recorda a Lusa, publicou, entre outros, os primeiros trabalhos de Sylvia Plath e Ted Hughes, tendo renascido em 1979 como Granta, divulgando a obra de muitos escritores que viriam a ser internacionalmente reconhecidos.» (daqui, com a devida vénia)

22 de Outubro de 2012

Natália Correia – poemas (013)

MÁTRIA 13

Fotões de cólera que a amorosa retina

transforma em pássaros dentro da cabeça

violenta cumplicidade dos amantes

que as asas faz bater do coração da deusa

 

mátria dos homens que levam no perfil

atravessada uma mulher de flores ao vento

como um olho dando para os intemporais

flancos que o amor vai iluminando

 

homens com quedas de água de mulheres por dentro

recrutas do amor matriotas celestes

únicos e radiosos de acordados

numa bela manhã de prata extraterrestre

 

O pártenon há muito constipado

espirrando por fim o pó dos imortais

Tufos de erva saindo dos ouvidos

surdos das catedrais.     Alma do mármore

fugindo de ser publicamente generais

a paz ensaboando a pele do homem novo

a liberdade de ser todos Anaíta

à frente dos amantes o seu povo

 

Homens futuramente já o meu amado

e nisto o par escandaloso somos

eva e adão dos que vão estar sentados

nos joelhos da deusa fabulosos de tronos

 

Onde o dedo de florir a distância

de uma criança aponta coluna te proclamo

do matronal mistério que oficio

 

Mas se espalhares o unicaule ramo

de seres amante a dar sombra de filho

se lenha fores do incendiário cio

do bode teu pavor de deslembrado

trevo na relva do virginal arcano

 

pelo púbis da Santa te maldigo!

As maçãs de Orestes. Lisboa. Dom Quixote. 1970.

22 de Outubro de 2012

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