Entrevistas «Novos Livros» – Carlos Alberto Machado

1- O que representa, no contexto da sua obra o livro Uma Viagem Romântica a Moscovo?
R – Não gosto de falar de “obra” – embora perceba que é difícil encontrar um termo ou expressão que não denote com tanta força um sentido de fechamento e de finitude atribuído a um livro que se vai sucedendo a outro na vida de uma pessoa (que sequer pode ter a certeza se não será o último).
Uma Viagem Romântica a Moscovo é um livro de poemas que simplesmente se sucede a outros e, espero, não venha a ser o derradeiro.
Carlos Alberto Machado

Carlos Alberto Machado

2 – Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- Não faço projectos de livros, no máximo anoto palavras, delineamentos, coisas vagas. Neste pequeno livro está muito presente o meu quotidiano numa certa rua de um bairro lisboeta, que foi o meu “bairro natal” e, talvez por isso, ele se deixe atravessar por pessoas e acontecimentos, memórias, de outras pessoas e vivências mais longínquas.
De qualquer modo, o livro não é um descritivo do “real”, não é uma “etnografia de sentimentos”, por muito que eu preze esses olhares. É, como todos os outros, eu e a (minha) linguagem em confrontos vários, até à morte. Com muitos corpos dentro, claro.
3 – Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R – Além de muita coisa (sobretudo prosa e teatro) terminada e em descanso de “gaveta” (disco rígido do computador), por vontade própria ou por desinteresse dos editores, tenho dois pequenos livros de poemas para publicar até ao final deste semestre (na volta d’mar e na 50 kg) e um romance na abysmo (em Abril). Dou umas complicadas voltas finais num romance que anda a ser escrito há meia dúzia de anos e a rever outro, mais recente; outro, ainda, a mais de metade, parece-me. Dois textos teatrais em “banho-maria”. Poemas e esboços de contos lançados para cadernos e computador.
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Companhia das Ilhas | colecção azulcobalto 004 | Outubro de 2012 | 8€
Capa_Carlos-Alberto-Machado_Uma viagem

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